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Incertezas não trazem alívio para a inflação
O mercado já olha para a meta de 2012, que pode não ser cumprida.
A tragédia no Japão e a crise em países árabes não trazem alterações significativas nas projeções de inflação dos analistas para o Brasil. E isso a despeito de expectativas de freio na economia mundial e desaceleração nos preços das commodities, como alimentos. Para especialistas, a alta dos preços no país em 2011 deve fechar acima do centro da meta estabelecido pelo governo. A dúvida é se o quadro se repetirá em 2012.
Enquanto o mercado financeiro tem expectativa de inflação mais elevada - e cobra uma ação mais imediata do Banco Central -, a autoridade monetária está em compasso de espera, disse Eduardo Velho, economista da Prosper Corretora.
- São cenários diferentes. O mercado já olha para a meta de 2012, que pode não ser cumprida. Já o BC não quer fazer uma recessão para a inflação cair. Contudo, o governo pode ser obrigado a tomar medidas macroprudenciais, como restringir duramente o crédito.
- O mercado precisa reconhecer que a inflação no Brasil tem um importante componente importado dos mercados internacionais de commodities. O BC não pode fazer nada contra esse tipo de inflação. Com restrição monetária agressiva, o BC afeta o crescimento desnecessariamente, sem afetar a inflação - avaliou José Coutino, diretor para a América Latina da Moodys.com.
O debate esquenta quando se vê um cenário internacional de incertezas. Um dos efeitos da crise no Japão recai sobre as economias dos países centrais - que devem demorar a retomar o crescimento e começar a elevar juros. O ritmo menor pode conduzir à redução no preço das commodities. Em relatório do Itaú Unibanco, o banco prevê queda generalizada nesses preços. E isso ajuda a conter a inflação no Brasil, e no mundo.
- A recuperação da economia mundial será mais lenta, reduzindo os preços das commodities. Vejo, assim, uma redução na inflação mundial - espera Antônio Correa de Lacerda, professor da PUC-SP.
LCA: alimentos sobem, mas menos do que em 2010
Projeções da LCA apontam para uma inflação de alimentos de 6,0%, acima do previsto para o ano (5,5%), mas bem abaixo da variação de 2010 (10,40%).
- Essas projeções já incluem uma cotação de petróleo perto de US$100 - disse Fábio Romão, economista da consultoria, acrescentando que os IGPs não devem dar trégua ao consumidor. - O aluguel está indexado à alta do minério de ferro.
Coutino frisa que a inflação é uma questão mundial:
- Os preços das commodities permanecerão elevados este ano, por causa de fatores como alta demanda, baixa oferta e especulação. O mundo terá de conviver com uma inflação mais elevada, ao menos este ano. É inútil usar juros mais elevados para combater uma inflação imune à artilharia monetária.
Na avaliação de Sergio Vale, economista da MB Associados, os preços das commodities podem cair no curto prazo, mas voltam a subir com o tempo.
- Petróleo será um grande risco e pode ter um impacto relevante nos IGPs. Assim, não vejo alívio nos alugueis nos próximos anos, pelo contrario.
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