Apenas 22% das empresas brasileiras usam dados estrategicamente, aponta pesquisa

A promessa da transformação digital ainda não se concretizou para a maioria das empresas brasileiras. Uma pesquisa feita pela Beanalytic revela que 78% das companhias do país permanecem em estágios iniciais de maturidade em dados, incapazes de transformar informações em decisões estratégicas.

O levantamento, realizado com mais de 130 líderes de tecnologia de setores variados, utilizou uma metodologia desenvolvida com base em frameworks internacionais e referências acadêmicas de Harvard. Foram avaliados pilares essenciais como infraestrutura, qualidade da informação, ferramentas de análise, governança, cultura organizacional e estratégia. Os resultados apontam um quadro alarmante: a grande maioria das empresas ainda se encontra nos níveis "Tradicional" ou "Emergente", enquanto menos de 30% alcançam estágios "Competitivo" ou "Maduro".

"Não é apenas tecnologia: estamos falando de governança, estratégia e cultura organizacional. Empresas que não conseguem conectar dados à tomada de decisão estão condenadas a perder produtividade, capacidade de inovação e competitividade global", alerta Daniel Luz, CEO da Beanalytic.

O impacto desse atraso vai além das empresas: segundo estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a baixa maturidade em dados pode custar até 8% do PIB brasileiro nos próximos dez anos, prejudicando investimentos, produtividade e crescimento econômico.

O estudo também mostra que organizações mais avançadas em maturidade de dados atingem até 40% mais eficiência operacional, respondem mais rapidamente a mudanças de mercado e demonstram maior resiliência frente a crises. Já as que permanecem em estágios iniciais tendem a reagir tardiamente a novas demandas, comprometendo sua sustentabilidade e capacidade de competir no mercado global.

Além do panorama geral, a Beanalytic entregou relatórios personalizados para cada empresa participante, com recomendações práticas para acelerar a jornada de dados. O objetivo é ajudar líderes a romper a barreira entre coleta de informações e geração de valor estratégico, um desafio que, segundo Luz, será determinante para a sobrevivência e crescimento das empresas brasileiras nos próximos anos.

"Estamos diante de um momento crítico: quem não avançar na maturidade de dados hoje corre o risco de ficar para trás amanhã", conclui Luz.